Nos últimos anos, principalmente após o Covid-19, o assunto “saúde mental” ganhou bastante destaque na mídia e conversas em função das novas situações da vida enfrentadas pelas diversas gerações. Apesar de todas sentirem consequências, a intensidade e os desafios são diferentes entre elas. As gerações mais novas, como a Z, sentem os desafios da saúde mental muito mais fortes do que a X, os Millennials e Baby Boomers, tendo taxas de ansiedade, depressão e estresse mais altas. Assim como os problemas relacionados à saúde mental mudam de geração para geração, os problemas de saúde bucal também sofrem modificações com o tempo.
A principal razão para isso acontecer é porque a saúde bucal está diretamente conectada com a saúde em geral, corpo e mente. Mas infelizmente, mesmo vivendo hoje em um mundo muito mais conectado e com acesso a informações, poucas são as pessoas que possuem conhecimento dessa conexão ou mesmo sobre aspectos importantes da saúde bucal. A Bupa realizou uma pesquisa com 2 mil pessoas do Reino Unido e identificou que:
- 65% dos Millennials e da Geração Z tinham mais conhecimento sobre saúde mental do que a saúde bucal;
- Apenas 19% dos participantes tinha consciência da conexão entre saúde mental e saúde bucal;
- 85% dos entrevistados não achava que a saúde mental poderia impactar na saúde dos dentes, língua ou gengivas;
- 53% das pessoas afirmaram saber da relação entre saúde bucal e câncer de boca;
- 25% dos participantes sabia da ligação entre saúde bucal e diabetes; e
- Somente 14% dos entrevistados tinham conhecimento de que saúde bucal e doenças cardíacas podem ter conexão.
Seguindo a lógica do avanço tecnológico e novas formas de bem-estar e saúde que temos disponíveis hoje, era de se esperar que quanto mais nova fosse a geração, melhor seria a saúde da estrutura bucal. Porém, a realidade é bem oposta a isso, os jovens continuam tendo problemas relacionados a boca, dentes e gengivas, a diferença é que agora uma das principais vilãs é a vida moderna.
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O impacto da vida moderna na saúde bucal das novas gerações
A vida moderna nos tem proporcionado diversas facilidades no dia a dia em relação a alimentação, trabalho, acesso a internet, a produtos mais tecnológicos e também ecológicos, entre outros, que mudaram o estilo de vida de boa parte da população. Porém, nem toda facilidade e mudança no modo de levar a vida geram consequências positivas ao organismo. Como profissionais da área da saúde focados na estrutura bucal, temos a responsabilidade de compartilhar cada vez mais a informação de que alguns hábitos da vida moderna têm gerado riscos à saúde bucal, principalmente nas novas gerações. Alguns desses hábitos são:
A famosa “vida corrida”
Quantas vezes já ouviu um paciente dizer “a minha vida é muito corrida” ou “na correria do dia a dia, não dá tempo”? Normalmente, fala isso quem não sabe planejar o próprio tempo e ao não ter controle sobre ele, deixa de priorizar a saúde bucal. Por mais que o paciente cuide da higienização da boca, dentes e gengiva, ele continua correndo o risco de ter inflamações, fraturas ou mesmo desenvolver alguma doença bucal. Por quê? Porque o corpo está todo conectado e se algo não está bem, o organismo dará um jeito de nos alertar e, por vezes, esse sinal pode surgir na estrutura bucal.
Por exemplo, sabe aquele paciente que está sempre na “correria”, cansado e tentando se virar nos 30 para resolver questões pessoais e profissionais, tudo ao mesmo tempo? Ele tem mais chances de atingir um alto nível de estresse e, consequentemente, desenvolver Briquismo. E não para por aí, pois o Briquismo, ao gerar o desgaste dos dentes, trincas, fraturas e até mesmo perda, pode desalinhar os dentes, causando uma má oclusão dentária, o que prejudica outras funções da boca, como a mastigação.
Hábito Alimentar
Falando em mastigação, o hábito alimentar das novas gerações também impacta na qualidade da saúde da boca, dentes e gengiva. Segundo a American Dental Association (ADA), a dieta e a saúde bucal possuem uma relação bidirecional, o que significa que aquilo que comemos afeta a saúde dos tecidos e da boca, assim como a saúde da boca afeta a forma como os nutrientes são consumidos.
Um exemplo dessa relação: o seu paciente afirma consumir muitos alimentos e bebidas ácidas há anos e há algum tempo tem sentido um desconforto no ato de mastigar. O que pode ter acontecido nesse caso? O fato de se nutrir com alimentos e bebidas ácidas de forma constante pode ter provocado desgaste nos dentes e, consequentemente, um desalinhamento, ocasionando uma má oclusão. Se a boca não está alinhada e equilibrada, o processo de mastigação sofre impacto pois não conseguimos absorver os nutrientes da forma como deveríamos pois os alimentos não são processados da forma que deveriam ser. Nesse caso, uma das possíveis soluções seria a devolução de Dimensão Vertical de Oclusão (DVO), reequilibrando a estrutura bucal.
Não são apenas os produtos muito açucarados e ácidos que podem prejudicar a saúde bucal, alimentos ultraprocessados e a falta de consumo de alimentos e bebidas que contém nutrientes importantes para o corpo e desenvolvimento dos dentes também podem gerar riscos. Veja a diferença do hábito alimentar entre as gerações Z e Baby Boomers:
Fonte da Imagem: Veja Saúde
Assim como o corpo precisa de uma boa nutrição para permanecer saudável e manter todas as funções ativas, os dentes, boca e gengiva também precisam. Se o paciente deixa de fazer a ingestão de nutrientes fundamentais para a saúde bucal por meio de alimentos, é importante analisar a possibilidade de fazer a reposição deles de outra forma para que a falta não provoque doenças bucais.
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Consumo de cigarro eletrônico
Em 2019, o Brasil, ao lado da Turquia, foi destaque no relatório da Organização Mundial da Saúde sobre a Epidemia Mundial do Tabaco por ter sido um dos únicos países a ter tido sucesso nas ações de combate ao tabagismo. Isso significa que houve uma queda no número de fumantes entre as gerações mais velhas, dando um alívio aos profissionais de saúde, principalmente a nós, dentistas, já que o consumo do cigarro aumenta o risco de inflamação na gengiva, de doença periodontal, perda de dentes e ainda tenha o envelhecimento precoce dos dentes.
Mas, ao mesmo tempo que o consumo do cigarro convencional diminuiu, o uso dos cigarros eletrônicos aumentou entre as gerações mais novas. Esse novo cenário representa um risco ainda maior à saúde bucal pois além de conter nicotina, o cigarro eletrônico também contém uma quantidade considerável de açúcar nos líquidos artificiais que imitam aromas de frutas e/ou produtos industrializados como refrigerantes, balas e gomas de mascar. E você e eu sabemos que quanto mais açúcar o paciente consome, maior a probabilidade da ocorrência de cárie e possíveis doenças periodontais.
O envelhecimento bucal precoce das novas gerações
A “vida corrida”, os novos hábitos alimentares, o consumo do “novo” cigarro, assim como outros fatores (distúrbio do sono e refluxo gastroesofágico, por exemplo) podem ocasionar diversos problemas bucais e os mais comuns são o desgaste dos dentes e dos tecidos orais. Quanto mais cedo esse desgaste ocorre na boca do paciente, maior é a probabilidade dele desenvolver o que chamamos de envelhecimento precoce da estrutura bucal, que é a degradação de forma acelerada da cavidade oral de pessoas na faixa etária considerada jovem.
Importante destacar que esse processo de envelhecimento bucal é algo natural do nosso organismo e que ocorre de forma lenta e fisiológica ao longo da nossa vida, ou seja, ao longo de muitos anos. Quando esse processo é acelerado, a estrutura bucal sofre alterações que prejudicam tanto a parte funcional quanto a estética dentária, afetando a Dimensão Vertical de Oclusão (DVO) e fazendo surgir problemas bucais antes do tempo.
Quando esse envelhecimento bucal precoce acontece, um dos melhores tratamentos, após uma análise completa do histórico do paciente, é realizar a devolução da DVO. Em certos casos, apenas essa devolução é o suficiente, em outros, é preciso fazer a devolução da DVO para então podermos iniciar com outro tratamento necessário àquele paciente. Há anos tenho tratado e auxiliado a melhorar a saúde dos meus pacientes utilizando uma técnica única de DVO, e para contribuir ainda mais com a sociedade, compartilho esse conhecimento com meus alunos e mentorados que também buscam gerar mais impacto, ter retorno financeiro e sucesso profissional.
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Você, que atua na área da Odontologia há anos ou está iniciando agora, se quiser ter uma carreira de impacto e que lhe gere satisfação, precisa estar atento(a) às mudanças de estilo de vida entre as diversas gerações do seus pacientes e estar sempre atualizado(a) em relação ao mercado, buscando e aprendendo técnicas inovadoras e eficazes a saúde bucal.